Abertura do Ano Letivo nos Açores marcada por "impreparação e presunção", afirma Francisco César

PS Açores - 4 de setembro

 

Francisco César, Presidente do PS Açores, criticou hoje a gestão do Governo Regional na preparação para o novo ano letivo, descrevendo a situação como uma combinação de "impreparação e presunção". Durante uma visita à Escola Básica e Secundária Mouzinho da Silveira, no Corvo, Francisco César alertou para a falta de professores e assistentes operacionais, além da ausência de condições básicas para um início de ano escolar bem-sucedido, colocando em dúvida a eficácia da política educativa atual.

"O que se verifica, por aquilo que constatamos aqui e pelo que temos visto pelos Açores todos, é que, no caso da Educação, nós já temos os piores resultados escolares do país, temos o maior abandono escolar, e, neste momento, nota-se uma enorme impreparação no início do ano letivo", afirmou.

O líder socialista açoriano destacou ainda que esta impreparação é agravada por uma "imprudência" ao antecipar o início das aulas, sem as condições necessárias. "Neste momento, só nesta escola, temos 1/4 dos professores por colocar. Na Escola das Flores, temos 1/3 dos professores por colocar. Faltam mais de metade dos assistentes operacionais. Em toda a região, são 200 assistentes operacionais em falta", apontou.

Francisco César sublinhou também a incerteza quanto ao futuro dos bolseiros ocupacionais, que desempenham um papel crucial nas escolas, e que "também não sabem qual será o seu futuro". Além disso, alertou para o risco de os transportes escolares não arrancarem a tempo em várias ilhas dos Açores, devido à falta de condições adequadas.

Um dos problemas mais graves, segundo o Presidente do PS Açores, é a falta de habitação e incentivos para atrair e fixar professores nas ilhas com maiores dificuldades. "Tudo isto acontece quando a própria Secretária Regional anunciou, a 18 de fevereiro, que iria criar um sistema de incentivos", relembrou, criticando a falta de ação concreta do Governo Regional.

"Quando devíamos querer andar para a frente, ter melhores resultados e recuperar em relação ao resto do país, aquilo que se verifica é que muito provavelmente vamos andar para trás. Não só não está tudo bem, como a região está a ficar pior do que estava no ano passado", concluiu.